terça-feira, 30 de agosto de 2011

Cidade Genérica (Questao 2)


            A cidade genérica é uma cidade em transformação. Seu estrato urbano esta em constante renovação sendo movido por uma lógica funcional que é regida por interesses econômicos inserido em um sistema capitalista avançado. São cidades grandes, populosas, policêntricas, globalizadas, potencias capitalistas de economia super aquecida que exercem grande atração sobre as populações de todo mundo, recebendo um grande fluxo de imigrantes elas desenvolvem uma variedade étnica e cultural muito rica mas, também possuem altos índices de desigualdade social e discriminação racial.
           
            Essas cidades são palco de um conflito espacial, onde o caráter funcional das freqüentes transformações urbanas esbarram-se nas questões históricas e culturais ali existentes, muitas vezes essas transformações urbanas acabam por descaracterizar a região de toda uma cultura que ali se desenvolvera anteriormente criando graves problemas sócio-urbanos. 
           
            Esse processo é evidente em algumas das cidades chinesas que nas últimas décadas sofreram um rápido crescimento econômico e populacional como, por exemplo, Chongping, Houg Kong e Pequim. Essa ultima uma das cidades mais populosas do mundo, cidade histórica milenar, mas também uma cidade de extremo desenvolvimento econômico, durante sua preparação para as olimpíadas de 2008 sofreu algumas reformas onde foram demolidas diversas edificações antigas existentes nos bairros históricos perdendo varias casas do estilo hutongs, Casa construída no período da dinastia Qing que possuem um grande valor histórico.
           
            Do outro lado do mundo podemos citar Los Angeles cidade americana de grande destaque mundial não só por suas aparições no cinema Hollywoodiano, mas também por seu poderoso parque industrial altamente tecnológico. Cidade policêntrica fragmentada, multiétnica e cultural, onde segundo Edward W. Soja se encontram a maior concentração de mão-de-obra imigrante do terceiro mundo, barata, culturalmente fragmentada e ocupacionalmente manipulável disponível em uma região de primeiro mundo. Combustível industrial. Em Los Angeles diversas vezes a paisagens fora alteradas por reformas urbanas, de caráter funcional, pouco ligadas a questão da conservação histórica. E hoje onde residiam prédios do antigo centro histórico de Los Angeles, agora residem grandes rodovias e arranha céus.

            As transformações da cidade genérica bebem no modelo progressista descrito por Françoise Choay em seu livro o urbanismo. No capitulo o urbanismo em questão Choay descreve o modele progressista como um modele onde o espaço urbano é traçado conforme uma analise das funções humanas. Choay também descreve um segundo modelo que contrapõe o desenvolvimento da cidade genérica, o modelo culturalista, que denuncia o desaparecimento da antiga unidade orgânica da cidade, sobre a preção desintegradora da industrialização, onde o foco critico não é mais direcionado a situação do individuo e sim a do agrupamento humano.
           
            No livro A Cidade do Século XIX, Guido Zucconi relata em sua introdução o processo de expansão das cidades européias do séc XVIII ate o inicio do sec XX expondo os acontecimentos urbanos que contribuirão para a propagação das cidades desse período. O desenvolvimento da indústria, a crescente rede ferroviária, a demolição das muralhas entre outros fatores, contribuíram para o crescimento populacional das cidades e para seu respectivo desenvolvimento. Texto fundamental para se entender o processo de formação das cidades modernas e que da uma boa base para o estudo das cidade genérica.
           
            O autor aborda as intervenções de Haussmann na cidade de Paris relatando as primeiras grandes intervenções urbanas da era moderna. A Paris Haussmanniana a exemplo das cidades genéricas são transformadas por um cunho funcional, deixando em segundo plano fatores históricos e culturais. O plano de Haussmann era o de circundar Paris com uma malha de percursos que interligasse os lugares importantes. Para isso destruiu antigas ruelas e edifícios, realocando populações para áreas distantes do centro. 
           
            Kurz em seu livro os Últimos Combates faz uma critica a sociedade automobilística ao consumismo excessivo e ao fetichismo. Fala das alterações econômica e sociais geradas pelo surgimento da ferrovia, do automóvel, da produção em massa e do consumismo. Critica o numero de mortos em acidentes envolvendo automóveis e faz uma analogia desse quadro com uma terceira guerra mundial. E termina falando do declínio da revolução fordista, do avanço da tecnologia, que passa substituir a mão-de-obra causando desemprego e desaquecendo a economia. Essa leitura estabelece a base para uma melhor compreensão do sistema econômico que se encere a cidade genérica.


  Postado por Andre Alkmim Radicchi



Referencias Bibliográficas:

Livros:

CHOAY, Françoise. O Urbanismo.
ZUCCONI, Guido. Novas Tipologias Urbanas.
KURZ, Robert. Últimos combates.

Sites:

http://www.cronologiadourbanismo.ufba.br/apresentacao.php?idVerbete=1265

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